O que é o globale?

globale é um festival que propõe, através da exibição de filmes de ficção e documentário, construir momentos de debate com um público amplo sobre temas relacionados aos processos de globalização. É um festival sem fins lucrativos, não competitivo e que, portanto, não entrega prêmios nem cobra taxas de inscrição. globale nasceu em Berlim (Alemanha), em 2003, e segue sendo realizado até hoje com o propósito, inclusive, de que as sedes do festival sigam multiplicando-se, de forma a criar uma rede.

Atualmente, o globale acontece em três cidades alemãs, em Montevidéu (Uruguai), desde 2009, e também em Varsóvia (Polônia) desde 2010. Em 2011, o festival chegou a Bogotá (Colômbia) e ao Rio de Janeiro.

Os comitês organizadores em cada cidade-sede são compostos por um grupo heterogêneo de pessoas que colaboram de forma solidária na organização do festival. O grupo tem uma gestão horizontal e o compromisso de tomar suas decisões por consenso.

Se você também quiser colaborar ou saber mais sobre a edição carioca do festival globale, fale com a gente: globalerio@gmail.com

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Muros e Furos: "The Rest in the West (O Resto no Ocidente)" de S. Hall


Como é essa dinâmica de Muros e Furos? Vamos tentar entender um pouco a partir desse trechinho do capítulo 5, do livro A Identidade Cultural na Pós-Modernidade do jamaicano Stuart Hall:
"(...) c) A globalização retém alguns aspectos da dominação global ocidental, mas as identidades culturais estão, em toda parte, sendo relativizadas pelo impacto da compressão espaço-tempo.

Talvez o exemplo mais impressionante desse terceiro ponto seja o fenômeno da migração. Após a Segunda Guerra Mundial, as potências européias descolonizadoras pensaram que podiam simplesmente cair fora de suas esferas coloniais de influência, deixando as conseqüências do imperialismo atrás delas. Mas a interdependência global agora atua em ambos os sentidos. O movimento para fora (de mercadorias, de imagens, de estilos ocidentais e identidades consumistas) tem uma correspondência num enorme movimento de pessoas das periferias para o centro, num dos períodos mais longos e sustentados de migração 'não planejada' da história recente. Impulsionadas pela pobreza, pela seca, pela fome, pelo subdesenvolvimento econômico e por colheitas fracassadas, pela guerra civil e pelos distúrbios políticos, pelo conflito regional e pelas mudanças arbitrárias de regimes políticos, pela dívida externa acumulada de seus governos para com os bancos ocidentais, as pessoas mais pobres do globo, em grande número, acabam por acreditar na 'mensagem' do consumismo global e se mudam para os locais de onde vêm os 'bens' e onde as chances de sobrevivência são maiores. Na era das comunicações globais, o Ocidente está situado apenas à distância de uma passagem aérea."

Assim, segundo o autor, o "resto" do mundo fura os muros do Ocidente.

Ref.: HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 7. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. p.80-82.

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